Brasil para brasileiros
Por Joacir Dal Sotto *
O modelo de terceiro mundo (ou cópia imperfeita) do federalismo está no Brasil. Centralizam em Brasília os coletores de impostos, legisladores, avaliadores do indefinido (por existir uma espécie de hermenêutica jurídica) sistema jurídico, como também, repousa na capital federal, os executores da materialidade e imaterialidade pertencente ao povo.
Uma ditadura da democracia é o que podemos atingir na plena aplicação do federalismo brasileiro. O “brasileiro” é um produto de quem controla Brasília há mais de 500 anos.
Precisamos despertar consciências individuais que integram o Nordeste, Norte, Sudeste, Centro Oeste e Sul. Cada região é forma um povo e precisa de autonomia para preservação da cultura, das riquezas naturais e criadas pelo ser humano, das diversas condições que regem uma sociedade (sociedade é ampla demais para definir seus inúmeros grupos sociais).
Um povo emancipado politicamente em cada região é uma possibilidade de fazer do ouro comida, da madeira um trabalho digno, do vento energia aos pobres, dos grãos prosperidade aos nativos, dos animais aliados, dos pontos turísticos uma riqueza compartilhada localmente, da tecnologia disponível uma ferramenta para formar cientistas. O povo é um pai moderno que mesmo sem estudar, faz o filho estudar e liberta para o mundo. O povo é o empreendedor de chinelos que contrata dois vendedores para viajarem para um lugar em que ninguém usa chinelos. Chegando lá, um vendedor retorna dizendo que ninguém usa chinelos e será inviável empreender. O outro vendedor retorna dizendo que ninguém usa chinelos e que encontrou uma galinha com ovos de ouro.
Descentralizar e propor respeito ao diferente, descentralizar para o poder emanar do povo. Uma aliança na América Portuguesa só ganha sentido para preservar autonomias e participar das necessidades que eventualmente surgem no desmembrado Brasil.
Brasília diz ajudar os necessitados, mas também aniquila do desenvolvimento dos brasileiros. Brasil para brasileiros e jamais um Brasil para Brasília, um Brasil que vendem para brasileiros e estrangeiros.
* Autor do livro Curvas da Verdade, membro da direção nacional do movimento O Sul é o Meu País, professor de filosofia e mestrando em práticas transculturais.

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II – LUÍZ FLAVIO GOMES DISSE, disse:
“Em 1945, nos julgamentos de Nuremberg, diante do argumento dos nazistas de que mataram com base na lei, decidiu-se que o direito nem sempre se confunde com a lei. Lei injusta não faz parte do direito (Rasbruch)… Todos os dias o direito muda (ou por obra dos juízes nacionais ou internacionais ou por obra do legislador). O que ele ostenta de permanente, portanto, é a contínua mudança… Considerando-se que todos os tratados de direitos humanos acham-se regidos pela convenção de Viena (ela é considerada a convenção das convenções)… com valor extraordinário (supralegal: STF, 03/12/2008)”.*
* – Mudanças contínuas:… “O Estado do Paraná”. Curitiba, 27/09/09.
—- Diante do exposto: As “cláusulas pétreas” são inócuas, ilegais e antidemocráticas.
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“O SUL É O MEU PAÍS”
– Basta de Brasília –
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