Campos libertários
Por Joacir Dal Sotto *
Como dizia um velho sociólogo, o melhor meio para estudar o Brasil é conhecendo seus diversos grupos sociais. Mas um Brasil para políticos é formado pela máxima do melhor presidente, do melhor partido, da diversidade cultural aniquilada por Brasília. Os bons políticos do Brasil são corrompidos por um sistema centralizador, por um sistema que pensa apenas naqueles que ocupam o topo da pirâmide.
Ao típico brasileiro resta engano, resta sofrimento, restam ditadores da democracia. Há alguns séculos é que revolucionários lutam por um novo horizonte tributário, educacional e cultural. Os farrapos, os inconfidentes e os primeiros republicanos apontavam para um novo começo, para uma nova proposta política no Brasil, mas infelizmente fomos roubados pelos maldosos, fomos atormentados pelo silêncio dos bons.
O que resta de bom no Brasil está longe de Brasília, o que resta de bom do Brasil está no seio dos diversos povos oprimidos. O nordeste constitui uma chance de restauração de sua própria cultura e de suas próprias riquezas, mas também vemos paulistas lutando pela secessão. Aos sulistas existem diversos movimentos de libertação, um delas é o movimento O Sul é o Meu País.
Para reivindicarmos uma emancipação política e administrativa dos três estados sulistas, é preciso estender os braços da cultura, das escolhas políticas, da agricultura e pecuária, das indústrias, da formação linguística de nossos antepassados massacrados (especialmente pelo ditador Getúlio Vargas). O que queremos é liberdade de expressão, é cuidarmos de nossas riquezas, é investirmos na melhor educação para nossos filhos, é autodeterminação dos povos, que apesar do falso federalismo brasileiro ainda integra o artigo quarto. Falamos de forma simples, mas o que precisamos realmente são mais vozes marchando pelo bem comum de nosso povo.
Mudam presidentes e muitos outros do sistema político, mas inclusive alguns dos nossos sulistas são traidores do próprio povo. Convidamos todos os que amanhã não serão mais brasileiros, para um levante revolucionário, é que terminou o tempo do comodismo dos povos oprimidos da América Portuguesa. É hora de constituirmos uma nova frente, uma nova política, um novo tempo. Em direção ao futuro é que honramos nossos antepassados e ninguém será capaz de calar uma marcha dos justos.
* Autor do livro Curvas da verdade, mestrando em práticas transculturais e membro da direção nacional do movimento O Sul é o Meu País.
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