Libertação brasileira
Por Joacir Dal Sotto *
Muitos estão cansados de ler o mesmo texto, o mesmo autor, o mesmo sistema político e federalista. Na realidade muitos estão cansados da leitura, do debate, dos bons representantes, das grandes mudanças. Vivemos em um sistema apodrecido, vemos uma troca de políticos e uma velha política persiste. Mudanças imediatas não acontecem no Brasil, o tempo da primeira mudança foi um massacre dos índios e sequentes abusos autoritários do alto da pirâmide.
Uma proposta de desmembrando dos diversos estados de Brasília é vista como uma ameaça, ao que os caciques da política e judiciário chamam de soberania nacional. Clausula pétrea é certamente o meio legal de aprisionar os brasileiros que acreditam entender de política. Em cada estado da federação existe um abuso por parte de Brasília e predomínio dos poucos que determinam o caminho de todos. Somos inúmeros povos, não temos razões para seguirmos amarrados ao poder central.
O levante está na hora de ser revolucionário, não podemos aceitar um povo que não gosta de leitura pela falta de investimentos em educação e cultura. Não podemos aceitar uma velha política que faz com que um presidente tenha feito carreira na política. É inadmissível aceitarmos uma Brasília que primeiro recebe o dinheiro suado do povo e depois pensa no melhor para o destino do próprio povo que produziu sua riqueza. Podem passar mil anos, mas se não levantarmos contra Brasília e seus larápios, estaremos reféns da pobreza, do crime, da doença, da morte precoce de nosso povo.
Chega de tristeza, chega de abusos, chega de políticos impunes e falta de revolução. Se na lei enganam o povo, que sejamos contra toda lei dos homens. Não podemos acompanhar crianças com fome, adultos sem trabalho e servidores públicos comandando o nosso dinheiro sem darem satisfação. Cada estado merece independência em relação ao câncer chamado Brasília e cada cidadão merece independência em relação ao Estado.
* Autor do livro Curvas da verdade, professor de filosofia, mestrando em práticas transculturais e membro da direção nacional do movimento O Sul é o Meu País.