O estado espanhol da Catalunha vai votar amanhã pela independência nas suas eleições regionais. O plebiscito está sendo destaque entre representantes de partidos políticos e da sociedade civil que visam estabelecer uma nova nação.
A Catalunha precisa saber se existe apoio popular para criar as condições para uma Catalunha independente. A eleição neste dia 27 de setembro é a única forma legal e democrática para o fazer, pois um referendo como foi realizado na Escócia nunca foi permitido para eles.
Já houveram várias demonstrações dadas pelo seu povo que mostram sua vontade pela sua independência. Em julho de 2010 houveram grandes manifestações em reação à maior revés pela auto determinação da região. Naquele mês, o Estatuto de Autonomia da Catalunha, que já havia sido aprovado pelos parlamentos Catalão e Espanhol, foi severamente mutilado pelo Tribunal Constitucional Espanhol. Nas 11 manifestações do Dia Nacional Catalão em setembro de 2012, 2013 e 2014, o número de manifestantes pacíficos tinha subido para entre 1,5 a 2 milhões a cada ano. Uma demonstração da mesma magnitude aconteceu neste último 11 de setembro, em Barcelona. Em 2013, 80% do Parlamento da Catalunha votou a favor de uma consulta oficial sobre a vontade dos cidadãos catalães sobre o seu futuro político, mas Madrid recusou.
O povo catalão não iria manifestar a sua tão forte vontade de mudança se não fosse por motivos razoáveis e claros: um governo central que impede qualquer reforma rumo a um sistema mais transparente, responsável, democrático e com poderes compartilhados; impedindo as reformas que poderiam ser um motor eficiente para sair da crise econômica. Isto ainda é inflamado pelas crescentes restrições a sua cultura e língua, imposta pelo seu próprio estado em seus esforços para reduzir o multiculturalismo. Um Estado, que deve representar todos os seus cidadãos, não consegue fazê-lo.
Os representantes da Catalunha vêem seu futuro como um país forte e grande contribuinte para a União Européia, abraçando a tendência das mudanças pacíficas de fronteiras na Europa, como aconteceu com a Tchecoslováquia, que consensualmente decidiu se dividir entre República Tcheca e Eslováquia.
Se os cidadãos catalães decidirem neste dia em 27 de setembro optarem por fazer na Espanha um projeto bem definido de governança, irá mudar totalmente a relação da Catalunha com a Espanha. As negociações com o governo espanhol e da União Européia vão tomar o melhor caminho para desanexar um sistema do outro enquanto fortalece seus laços com a União Européia.
A Catalunha pode estar em um momento histórico de resolver o que há muito tempo parecia insolúvel, como europeus responsáveis, que estimam os valores da paz e da democracia acima de tudo.
Veja mais informações sobre o plebiscito na Catalunha em seu site:
http://www.cataloniavotes.eu/