O ilusionismo do pacto federativo no Brasil
Por Joacir Dal Sotto *
O nascimento da democracia não é duvidoso como dezenas de conceitos científicos sobre o nascer do planeta terra, o conceito de democracia é tão intocável quanto o que discutimos sobre o começo da filosofia, esta que não torna Tales de Mileto (citado como o primeiro filósofo) um templo do pensamento (objeto do filósofo e unidade fundamental para elaborar conceitos) além da religião ou senso comum, pois os pré-socráticos é que romperam com o mito e guerreavam na condição individual que reflete naquilo que existe antes do nascimento de todo ser humano. Há alguns séculos, antes de Jesus Cristo, é que os desiguais de uma cidade foram colocados em condições de escolha, tudo diante opções que carregam consequências ao espaço coletivo, o conceito de democracia não muda o que é.
Dizem que o Brasil é um País democrático, pois alegam que por duas décadas o poder de escolha pertencia aos militares, logo em 1988 foi criada uma constituição que assegura ao cidadão liberdade de expressão e manifestação do pensamento, tendo o cidadão o direito ao voto, mas o voto é obrigatório, sendo que no berço da democracia historiadores afirmam que dos 40 mil cidadãos, não chegavam aos dois mil cidadãos que votavam (40 % dos ingleses que votam é grandioso, mas somente na crise é o humano participativo, mas o ser humano está longe de doar, o ser humano na democracia é animal e quando doar para aprender é o fim de sua missão), obrigar ao voto é o que conduz um povo ao processo ditatorial da democracia, fazendo quem não quer votar, como um cego na guerra que é delegado ao posto do soldado e que com o olho cuida do inimigo. Na democracia é diante o dual fazer que os desiguais aceitem uma unidade que harmoniza o coletivo.
O pacto federativo (obrigações financeiras, coleta de recursos e campos de atuação, sendo 3 poderes falsos, o poder central com grande parte do poder, o estado com um quarto do poder e o município com um nono do poder) da constituição brasileira de 1988 diz que com estados e municípios existe autonomia para assuntos locais diante o Estado brasileiro, mas isso é uma farsa, pois com pouco dinheiro e com gestão centralizada é impossível o espaço público fazer da falha democracia criar o bem comum, então, assim o Brasil de hoje jamais terá bom presidente ou bem estar social, quem manda no Brasil é o cenário caótico de uma sociedade que não é bruta e não é direcionada ao bem comum (utopia da fé, mas que faz agir), o Brasil atual é o nulo da vida reorganizada pelo diálogo, nem guerra e nem paz temos, o Estado brasileiro é refúgio de covardes, é o medo de mudar, é o que não é classificado como início ou fim de uma civilização, esta sendo definida como os gregos, estes que criaram o Estado democrático por temerem os instintos humanos que separam o humano do próprio humano.
Falei para poucos, mas agora anulo o pessimismo, é preciso proposta, esta está no artigo quarto da constituição de 1988 (lá nasci e desde então o Brasil é apenas igual, pois desde 1500 somos cenário de refugiados e preguiçosos diante nossas relações sociais que fazem produzir com escravos, que fazem produzir pelo diálogo, que fazem como egípcios, como gregos, como o cristianismo, como Copérnico e Descartes, como Freud e Nietzsche, como bomba atômica, como esquecimento daquilo que fez todos sofrerem e como animais mudam rápido, mas uma geração apanha de 10 mil anos de civilização, desde Freud nada mudou, o risco do trágico é quem está no poder bélico perder sua crença na vida finita como amor e na vida eterna como humano ligado ao divino), o direito de autodeterminação dos povos, o que faz do movimento O Sul é o Meu País fazer um plebiscito e tornar o sul um território emancipado politicamente e administrativamente. Temos o Nordeste como frente de um novo templo divorciado com Brasília, temos São Paulo como proposta de uma nova morada política.
O Sul chama o Brasil para uma nova força civilizatória, o que sulistas, nordestinos e paulistas propõe é liberdade, é riqueza natural e tecnológica de cada povo brasileiro ser do povo, fazer da América Portuguesa uma aliada mundial da produção globalizada de um Estado democrático que cria o bem comum, eis que o bem comum brasileiro é um contrato sem assinatura, tendo os interesses do bem comum de países ricos afetados. O Nordeste é tão rico na atualidade, mas o Brasil massacra o próprio povo.
O Sul é o Meu País, eis que encerro dizendo que o ilusionismo do pacto federativo é o pior estatuto do século 20, sim, é ilusório por enquanto conceito de federação o Brasil copiou os Estados Unidos e erro de conceito é inadmissível, no papel e na prática é o Brasil um erro, o erro do Brasil é tipo negar o que é e afirmar o que não é. A caverna de Platão colocou o ilusório, o Brasil nem saiu da caverna, apenas é um Estado que deve acabar. Aqui sem ilusionismo e sem divisão sangrenta, aqui, sim, aqui na América Portuguesa votarmos por diversos Estados e fazermos da terra um direito de povos que tornam possível um convívio ético.
* Escritor (Livros: Curvas da Verdade (2015) e Operação Maçonaria ou Jesus Cristo (2019), licenciado em filosofia (2019) e professor de filosofia, mestre em práticas transculturais (2019) e membro do movimento O Sul é o Meu País.