
Por Celso Deucher*
O Jornal Folha de São Paulo, trouxe no dia de hoje (25/07/2016 – Página A7) uma reportagem sobre o Plebiscito Consultivo que estará acontecendo em toda região Sul do Brasil no dia 2 de outubro, realizado pelo Movimento O Sul é o Meu País. Na entrevista a compatriota superintendente para o Rio Grande do Sul, Anidria Rocha, prestou esclarecimentos da consulta em abril deste ano, durante uma reunião de uma Comissão Municipal no Rio Grande do Sul e a jornalista usou estas informações para fazer a matéria. A fala foi usada de acordo com a boa ética pela jornalista Paula Sperb, porém, ao final da reportagem, como não poderia deixar de ser (pois é costume conhecido da mídia nacional) a matéria trás uma declaração do historiador Tau Golin, velho inimigo do Povo Sulista, que não pode ficar sem resposta.
Entre tantas asneiras que fala dentro da universidade onde leciona, Tau Golin é mais conhecido no Rio Grande do Sul como aquele que quer extinguir os CTG (Centros de Tradição Gaúcha), pois segundo ele, “trata-se de uma invenção capitalista”. Em um dos livros que derrama sua gonorréia ideológica socialista (“A ideologia do Gauchismo”) prega sem o menor escrúpulo que a cultura riograndense é inventada e que por isso, encontra-se eivada do vicio capitalista e portanto, deveria ser simplesmente deletada para dar lugar certamente a cultura Cubana, da qual é inveterado defensor. Desdenha em praticamente todos os seus escritos dos usos, costumes e tradições do Rio Grande, considerando inclusive os hábitos da sua gente uma aberração.
Em relação ao independentismo Sulista sempre foi um critico sem profundidade, sem caráter e sem argumentos, limitando-se a acusações de xenofobia e racismo aos que defendem esta proposta. Como historiador (se de fato o é) deveria saber que quando se analisa um fenômeno social como o separatismo, há que se buscar antes de mais nada as suas causas geradoras. O bom historiador não se limita a acusações, mas prova suas teses. O bom historiador busca na anterioridade histórica os motivos que levam milhões de pessoas a acreditar que a independência de um determinado território é melhor que ficar a mercê de um estado central capenga, patrimonialista e pior que isso, neocolonista. O bom historiador não acusa, mas desnuda a realidade para que a sociedade a leia com profundidade e possa chegar as suas conclusões.
É por estas e por outras que, com todo respeito à Cátedra de História da UPF (Universidade de Passo Fundo), acreditamos que o professor Tau Golin não tem gabarito para tal analise. Intolerante e ligado a grupos fascistas no poder em Brasília até poucos dias atrás, transformou-se num dos principais críticos do direito de autodeterminação dos Sulistas, com base no medo de perder seus privilégios. Como “historiador”, esquece criminosamente Golin das origens do separatismo Sulista, que teve seu primeiro embate nas Missões do Guairá, seguiu o curso da história nos Sete Povos das Missões, mais tarde na Revolução Farroupilha, na Revolução Federalista, na Guerra do Contestado e em tantas outras revoluções gestadas no Sul. Em sua esmagadora maioria, revoluções que nasceram para lutar contra a falta de auto-governo dos Sulistas.
Como todo historiador, pena alugada de Brasília, Golin odeia negros e índios, por isso não aceita nossa anterioridade missioneira, muito menos que entre nós estejam lutando lado a lado cidadãos de origem africana que vencem na vida pelas suas capacidades e não pelas cotas discriminadoras impostas pelo poder central. Afinal, para Golin, “negro bom”, tem que ter a marca na testa do seu partido e da sua ideologia. Na sua analise Tau Golin destitui negros e índios do seu direito de serem sujeitos da história, relegando a eles o que o Brasil sempre fez, o papel de “coisa”.
Nós os separatistas, repudiamos com veemência tais argumentos, ideias e ideologias. O Sr. Golin não tem o direito de tratar nossa gente desta forma. Somos Povo e Nação cuja unidade vem sendo forjada pela nossa diversidade e ninguém vai nos destituir do nosso irrenunciável direito de sermos sujeitos do direito de autodeterminação.

Resta-nos ainda repudiar com todas as nossas forças as afirmações xenofóbicas do Professor Golin, quando deixou claro a reportagem da Folha seu ódio aos imigrantes europeus que chegaram ao Sul do Brasil. Ao fazer tais afirmações o pseudo historiador coloca-se ao lado do malfadado Mussolini, quando afirmava que apenas o Estado tudo pode e que a Nação tem que estar subjugada a ele. Portanto, sua posição ideológica está exatamente onde deveria estar, ou seja, junto com os bandidos que assaltaram o Estado Brasileiro e que aos poucos estão sendo presos pela Operação Lava Jato.
Pelos motivos apontados acima, Tau Golin, cego pela sua ideologia, não conseguiu argumentos honestos para combater o independentismo Sulista, que nada mais quer que refazer o papel do estado em nossa região. Uma pena, pois mais uma vez perdeu a oportunidade de apresentar argumentos reais a favor do Brasil unido.
Nós os independentistas continuamos a espera de argumentos que derrubem nossas teses. Queremos que o Sr. Golin nos explique por que nos últimos cinco anos (2011-2015), Brasília arrecadou no Sul, segundo o Portal da Transparência, R$ 668.808.587.185,00 (quase 700 Bilhões) em impostos e voltaram para nossas cidades e estados, depois de quase implorarmos, a miséria de R$ 153.320.315.743,00. A união simplesmente roubou dos Sulistas R$ 515.488.271.441,00. Em outras palavras, Brasília deixou o Sul mais pobre em mais de R$ 515 bilhões em apenas cinco anos.
Qual a resposta para este verdadeiro neocolonialismo interno? Por que o Sr. Golin vem com este covarde pseudo-argumento de xenofobia, em vez de ir a fundo e buscar as origens de tal descontentamento? A resposta é clara, límpida e transparente, o Sr. Golin defende as oligarquias políticas, donas do Poder Central (incluindo-se algumas do Sul) e os seus privilégios de pena alugada de Brasília.
*Celso Deucher é um dos fundadores do Movimento O Sul é o Meu País e seu ex-presidente, atual Secretário geral do Grupo de Estudos Sul Livre (Gesul).
11 Comments
Odiei a forma como foi colocado o movimento por esse professor, boa resposta professor Celso. Contem com meu voto no dia 2 de outubro.
Excelente texto
Esse tal “historiador” deve estar com diarréia mental.
Acho que o movimento poderia promover uma grande e pacifica passeata em todo sul do país.
E procurar lideres de outros movimentos pelo Brasil para que façam o mesmo simultaneamente.
Também pedir alteração na constituição.
Resposta abagualada Celso!!
O Sul é o Nosso País.
Sirvam nossas façanhas de modelo a toda terra.
Tapa na cara comluba de pelica. Viva o Sul Livre!!!!
Se tiver uma urna em Francisco Beltrão-PR podem contar com meu voto.
Ótima resposta ao “historiador” e seus “cumpanheros”. O Brasil é grande demais para dar certo. O Movimento o Sul, será apenas o começo de muitos que virão. E que venham logo. Quanto a esse Tau (é nome isso?) sempre
haverão os que querem seguir usufruindo do “socialismo petista”, ou seja, migalhas para os mais pobres, com isso compram votos, e a riqueza para eles próprios, através sempre de roubo, corrupção, tráfico de influência. O país esta impregnado de “professores” que não ensinam, primeiramente por saberem pouco para si mesmos, segundo, porque a finalidade não é ensinar, mas sim “pregar” a cartilha que não deu certo em lugar nenhum do mundo, que é o comunismo. Um dos motivos do Brasil ser um país de 3° mundo, é o baixíssimo nível de ensino, incluo aqui, como dizia um professor meu ainda no 2° grau, as “fábricas de bacharéis”. Esperar o que com professores tipo Tau, Marilena Chauí e tantos outros. O SUL É MEU PAÍS!!!
Sou sulista e me considero de esquerda. Acredito numa sociedade igualitária onde todos tem o direito a igualdade de oportunidades e que todos devem pagar impostos proporcionalmente a sua riqueza os que ganham mais devem pagar mais e os que ganham menos devem pagar sim menos. Eu quero sim um sul independente mas, com consciência sabendo que o próximo é seu irmão e não apenas um potencial explorado, eu quero um sul livre onde todos tenham educação de qualidade, uma saúde pública que funcione, onde as pessoas sejam honradas e a “palavra dada seja a palavra cumprida”. Quero um sul de pleno emprego, quero um sul empreendedor e também um sul onde o serviço público seja sinônimo de eficiência e moralidade, não esse entreguismo descarado que esses outros ladrões que tomaram Brasília estão empregando. Em fim eu quero um sul livre sim, eu quero a independência mas se não mudarmos nossa maneira de pensar onde o contraditório é só o contraditório e não o estopim de um ódio cego e truculento. Em fim eu quero um estado de consciência.
Pessoal, sou de São Paulo, e tenho algumas dúvidas rápidas:
1 – Por que três estados? Na opinião do movimento, existe algo “comum” a RS, SC e PR?
2 – Vocês imaginam ser possível outros pequenos movimentos similares na região amazônica/pantaneira ou agreste, por exemplo?
3 – A descentralização do Estado brasileiro face a “estados menores” poderia ajudar na (des)construção de uma “unidade nacional”, ao modo espanhol, por exemplo?
4 – O que encerra “país” na opinião do movimento, conjunto de valores, costumes etc.?
5 – Um brasileiro presente nos estados sulistas atuais seria considerado “estrangeiro”?
Obrigado,
bom dia Eduardo
1- Na Assembleia da associação O SUL É O MEU PAÍS isto já foi levantado várias vezes. Mas a maioria sempre decidiu que os 3 estados têm mais em comum culturalmente.
2- Na verdade já existe movimentos de independência em vários outros estados. Aí em São Paulo tem 2, Minas Gerais, Espírito Santo, Nordeste e o Pernambuco também o têm.
3- Acreditamos que a maior autonomia dos estados irão, em verdade, fortalecer cada região. A união dos estados em federação é um fato já aceito, então não creio ser um problema. Semelhante ao que acontece nos EUA, Países Baixos ou Suiça (com seus cantões).
4- Entendemos que país é determinado por um povo ou povos que querem fazer gestão pública e política em conjunto, ou seja, uma única vontade. Não necessariamente seja definido pela língua ou costumes.
5- Aos residentes no país recomendamos ser disponibilidade a futura nacionalidade.
Não sou a favor da separação, Acredito mais na soma que na divisao da humanidade. Mas realmente este professor me parece mais um deseducador
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